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Inácia de Moura Rolim entail archive
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DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento (f. 2-12) feito pelo capitão Manuel Alfradique Freire e aprovado em 1688-10-11 nas suas casas de morada na Freguesia da Sé (Funchal), pelo tabelião público de notas nesta cidade e seu termo, Manuel Rodrigues Pereira; aberto em 1688-11-10 na presença do juiz de fora, corregedor, Manuel de Sequeira e Gouveia.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: encontrava-se doente numa cama; temia a hora da morte e "dezejando por minha alma no caminho da Salvação", por não saber o que o Senhor Deus queria fazer de si e quando seria servido de a levar para Si (f. 2 v.º). Manifesta particular devoção por Nossa Senhora da Conceição, por quem intercede.
ENCARGOS: três missas anuais (uma em dia de São Bartolomeu pela alma de seu pai, outra em dia de Santo António pela alma de sua mãe e outra em dia de Santo Inácio pela alma dela testadora); 30.000 réis e um moio de trigo em vida das sobrinhas professas no convento de Santa Clara, filhas de sua irmã D. Mariana de Bettencourt, para ajuda de uns hábitos e alimentos, "com o que não tera que entender o convento" (f. 6).
REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 25 v.º), esclarece que pela redução de 1814-03-20 esta capela foi anexa à capelania de Nossa Senhora da Vitória da Ribeira dos Socorridos, com a obrigação de vinte missas por esta e outros instituidores. Em 1819-01-28 (f. 28-34), o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra.
SUCESSÃO: nomeia o sobrinho padre D. José de Sá, sucedendo-lhe o irmão D. Bernardo de Sá, depois seu filho varão e seus descendentes, não os tendo passaria ao outro irmão D. Bartolomeu de Sá e herdeiros; não tendo descendentes ficaria ao sobrinho Francisco, filho de sua sobrinha D. Guiomar de Moura e de Francisco de Vasconcelos Bettencourt; e não tendo herdeiros ficaria ao administrador do morgadio do marido da testadora Aires de Ornelas e Vasconcelos. Na falta de geração do marido, sucederia a Santa Casa da Misericórdia do Funchal, com a mesma pensão.
BENS VINCULADOS: os bens de raiz adquiridos com a venda dos seus bens móveis, que se juntariam aos restantes seus bens líquidos; os bens de raiz ou juro comprados com os 2.000 cruzados que deixa a Antónia, filha de seu sobrinho Agostinho de Ornelas, e que posteriormente deveriam ser anexos ao morgadio de Aires de Ornelas, marido da instituidora. Bens juntos em morgado na forma da lei do Reino, o qual nunca poderia ser alienado, nem sucederia filho bastardo, nem religioso ou religiosa.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal.
OUTRAS INFORMAÇÕES DO TESTAMENTO (f. 2 a 12):
O marido era o atual provedor da Santa Casa da Misericórdia do Funchal. Casou por carta de metade, pelo que deixa ao marido o que lhe toca dos bens existentes no casal, com pensão apenas de dar a cada uma de suas irmãs D. Francisca da Nazaré e D. Maria de Belém, professas em Santa Clara, meio moio de trigo a cada uma e 12.000 réis a cada uma.
ENTERRAMENTO: na capela de Santo António da Sé do Funchal, pertencente ao marido.
ESCRAVOS (f. 7 v.º-8): mulatinha Joana que criou, a qual determina seja recolhida em Santa Clara para servir as suas irmãs professas, e depois as sobrinhas, filhas de sua irmã D. Madalena de Miranda, nunca podendo sair do mosteiro e assegurando-se-lhe o sustento necessário e o gasto acostumado quanto à entrada; mulatinho Francisco, que também criou, o qual determina que aprenda um ofício e sendo examinado e destro seria liberto, embora obrigado à casa dos seus sobrinhos que o amparariam; escrava crioula Francisca ficaria ao sobrinho D. José de Sá em sua vida, depois seria liberta.
TESTAMENTEIROS: o marido e o sobrinho D. José de Sá.
TESTEMUNHAS: Diogo Rodrigues; Martim Gonçalves Correia; Tomé de Oliveira; Bernardo Gonçalves, filho de José Gonçalves, sapateiro; Manuel Rodrigues, carpinteiro; Gregório da Silva, tanoeiro; Manuel Pereira, tanoeiro, todos moradores nesta cidade.
LITERACIA: assina o testamento.
OUTROS DOCUMENTOS:
F. 28 a 34 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.

Rolim, Inácia de Moura (d.1688)