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Ana Esmeraldo entail archive
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DOCUMENTO/DATA DE INSTITUIÇÃO: testamento aprovado em 1610-12-13 na cidade do Funchal, em casas de morada da testadora, pelo tabelião público de notas por el-rei nesta cidade e seu termo, João Luís Botelho; aberto em 1610-12-19, na presença do juiz ordinário Francisco Vieira de Abreu.
MOTIVOS DA FUNDAÇÃO: a testadora encontrava-se doente; «por entender de mim estar já no derradeiro quartel da vida»; descarrego de sua consciência (f. 2 v.º); «e porque a ninguem depois de Deus tenho mais obrigação que a minha mesma alma quero primeiro repartir com ela de meus bens para que não va nua de boas obras para a outra vida» (f. 3).
ENCARGOS (ANUAIS): quatro missas cantadas no convento de São Francisco, a 200 réis cada uma.
REDUÇÃO DE ENCARGOS: a informação do procurador do Resíduo (f. 21), esclarece que, pela redução de 1814-03-20, esta capela ficou anexa à capelania de Nossa Senhora da Vitória na Ribeira dos Socorridos, com obrigação de vinte missas anuais por esta e outros instituidores. Em 1819-01-28 (f. 23-30) o administrador João Carvalhal Esmeraldo Vasconcelos Bettencourt obtém indulto apostólico de componenda das pensões caídas das capelas que administra.
SUCESSÃO: nomeia a filha D. Maria, sucedendo-lhe o neto Simão Gonçalves, filho de D. Joana. Na falta de geração, os bens vinculados ficariam para a mãe D. Joana, que nomearia um dos seus filhos, exceto «o morgado por estar bem dotado quero que os meus bens os herde os demais netos por sua antiguidade e idade (...) e assim andarão sempre na linha ao parente mais chegado» (f. 6).
BENS VINCULADOS: lugar do Pico do Cardo.
OUTROS VÍNCULOS:
i) deixa os seus bens móveis e de raiz ao neto Simão Gonçalves, filho de D. Joana, com encargo de 18 missas anuais, ofertadas com meio moio de trigo da terra (porém, deste encargo não se prestam contas nestes autos), cuja sucessão é a referida anteriormente «de maneira que hande todo insolidum em a linha direita fora de bastardia» (f. 6 v.º).
ii) deixa ao neto e testamenteiro Francisco Gonçalves da Câmara o direito que tem no morgadio da Lombada, que então possuía o irmão João Esmeraldo.
ÚLTIMO ADMINISTRADOR: Conde de Carvalhal.
OUTRAS INFORMAÇÕES DO TESTAMENTO (f. 2 a 12):
FILHAS: D. Maria; D. Leonor, falecida.
ENTERRAMENTO: capela maior de São Francisco, onde jazem os seus antepassados e filhos.
ESCRAVOS: i) negro Gaspar legado aos frades de São Francisco «para que sirva os frades em sua vida e dentro do convento em tão santa companhia salve sua alma»; ii) escravo menino Francisco - deixa a Catarina Gante até à idade de 15 anos, com a condição de o alimentar, vestir e colocar num ofício, após o que ficaria liberto. Para ajuda do seu sustento, lega à dita Catarina Gante duas vacas; iii) liberta o escravo Marcos por bons serviços prestados; iv) deixa a escrava Catarina à nora D. Joana; v) deixa a escrava
Isabel à filha D. Maria, ficando forra após a sua morte; vi) deixa a escrava Joana à dita filha D. Maria, ficaria liberta após seis anos de cativa; vii) deixa o escravo João ao neto Francisco Gonçalves da Câmara, que ora já o servia.
OUTROS LEGADOS: i) a Catarina Gante, que tem em sua casa há cerca de 40 anos, lega 100 cruzados e todos os móveis e alfaias de sua casa, em atenção aos bons serviços prestados; ii) ao neto Simão Gonçalves deixa ainda uma serra de água e foros em São Vicente, bem como uma vinha em Ponta Delgada; iii) aos frades de São Francisco lega duas vacas e vinte alqueires de trigo.
TESTAMENTEIRO: o neto Francisco Gonçalves da Câmara.
TESTEMUNHAS: António Ferreira; Fernão Pereira; Pedro Gonçalves; António Gonçalves, almocreve; Manuel Moreira, tanoeiro; Diogo Afonso, todos moradores na cidade do Funchal; Fernando Aires de Galdo, morador na vila de Machico.
LITERACIA: sabe ler e assina o testamento, o qual fora redigido por frei Pedro da madre de Deus, pregador no convento de São Francisco.
OUTROS DOCUMENTOS:
F. 23 a 30 - Traslado do indulto apostólico de componenda de pensões caídas, datado de 1819-01-28, e obtido pelo administrador João de Carvalhal Esmeraldo.

Esmeraldo, Ana (d.1610)